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Projectos de Segurança Contra Incêndios em Edifícios

Projeto de Segurança Contra Incêndios em Edifícios (SCIE)

O projeto de segurança contra incêndios em edifícios (SCIE) é uma das especialidades fundamentais para o planeamento, construção, ampliação ou reabilitação de qualquer edificação. Este projeto visa proteger a vida humana, minimizar os danos materiais e ambientais e garantir a continuidade das operações em edifícios críticos. Para alcançar esses objetivos, o projeto integra estratégias de prevenção, detecção, contenção e combate a incêndios, bem como planos de evacuação e medidas de proteção passiva.
 

REGULAMENTAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS

Em Portugal, a regulamentação de segurança contra incêndios é definida pelo Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (Decreto-Lei n.º 220/2008 e portarias complementares), que estabelece as condições de segurança a cumprir nas diferentes categorias de risco. Cada tipo de edifício (habitação, comércio, serviços, indústrias, etc.) é classificado de acordo com o uso e o grau de risco, determinando assim as exigências específicas aplicáveis.

As categorias de risco variam de 1 a 4, sendo a Categoria 1 destinada a edifícios de menor risco (como pequenas habitações) e a Categoria 4 a edifícios com maior complexidade e ocupação, como hospitais, escolas ou grandes centros comerciais.

Componentes Principais do Projecto SCIE

1. Prevenção

A prevenção é a base do projeto de segurança contra incêndios. Consiste em identificar e mitigar potenciais fontes de ignição, bem como reduzir a carga de incêndio nos edifícios. As estratégias incluem:

  • Seleção de materiais de construção não combustíveis ou de baixa combustibilidade.

  • Planeamento de circuitos elétricos protegidos e adequados.

  • Controlo de fontes de calor e sistemas de ventilação.
     

2. Proteção Passiva

A proteção passiva refere-se às medidas integradas na estrutura do edifício para limitar a propagação do fogo e garantir a integridade do edifício durante um incêndio. Inclui:

  • Compartimentação: Divisão de espaços através de barreiras corta-fogo para limitar a propagação.

  • Resistência ao fogo: Uso de materiais e elementos estruturais com resistência ao fogo adequada ao tempo necessário para evacuação.

  • Vias de evacuação: Planeamento de corredores e saídas de emergência devidamente sinalizados e protegidos.

  • Portas e janelas corta-fogo: Elementos que isolam os espaços para impedir a propagação de chamas e fumos.
     

3. Proteção Ativa

Os sistemas de proteção ativa são essenciais para detetar e combater o incêndio assim que este é identificado. Estes incluem:

  • Sistemas de deteção de incêndios: Alarmes e sensores de fumo, calor e gases.

  • Extintores e hidrantes: Dispositivos manuais e sistemas fixos de combate ao fogo.

  • Sistemas automáticos de extinção: Sprinklers e sistemas de gás ou espuma para áreas específicas.

  • Ventilação de emergência: Equipamentos para extração de fumos e calor.
     

4. Planos de Evacuação

Um plano de evacuação bem estruturado é indispensável para garantir a segurança dos ocupantes do edifício. Este plano inclui:

  • Definição de rotas de fuga e pontos de encontro.

  • Sinalização luminosa de emergência.

  • Formação e treino periódico de ocupantes e colaboradores em procedimentos de evacuação.
     

CATEGORIZAÇÃO DE EDIFÍCIOS E MEDIDAS ESPECÍFICAS

Cada tipo de edificação exige soluções personalizadas de SCIE:

  • Habitações Unifamiliares e Multifamiliares: Sistemas básicos de alarme, extintores e sinalização.

  • Edifícios Comerciais e Serviços: Sistemas de deteção, sprinklers e compartimentação eficaz.

  • Hospitais e Escolas: Medidas rigorosas de evacuação, acesso facilitado para bombeiros e materiais com alta resistência ao fogo.

  • Indústrias: Sistemas automáticos de extinção adaptados ao tipo de atividade, como sprinklers e sistemas de espuma.
     

MANUTENÇÃO E FISCALIZAÇÃO

Após a implementação do projeto SCIE, a manutenção dos sistemas é obrigatória para garantir a sua eficácia. Inclui:

  • Inspeções regulares por técnicos certificados.

  • Testes periódicos aos sistemas de deteção e combate.

  • Substituição de equipamentos obsoletos ou danificados.

As entidades competentes, como a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), realizam auditorias e inspeções para verificar o cumprimento das normas e emitir as licenças necessárias.

REABILITAÇÃO E ADAPTAÇÃO DE EDIFÍCIOS EXISTENTES

A reabilitação de edifícios antigos apresenta desafios significativos em termos de segurança contra incêndios. É essencial:

  • Atualizar materiais e sistemas para cumprir os requisitos atuais.

  • Garantir a compatibilidade entre as soluções de SCIE e a preservação do património arquitetónico.

  • Implementar medidas específicas, como sistemas de detecção invisíveis ou sprinklers adaptados a edifícios históricos.
     

CERTIFICAÇÃO E BENEFÍCIOS

A certificação de conformidade do SCIE é obrigatória para a obtenção de licenças de utilização e operação. Além de cumprir os regulamentos, as medidas de SCIE:

  • Reduzem os riscos de perda de vidas e bens.

  • Garantem a continuidade das operações em edifícios críticos.

  • Promovem a confiança e segurança para os ocupantes.

A segurança contra incêndios não é apenas uma obrigação legal, mas também um compromisso com a proteção das pessoas e do património. Um projeto SCIE bem concebido é essencial para prevenir tragédias e promover a resiliência dos edifícios face a incidentes inesperados.

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